Santa Maria precisa de ao menos 55 mil doses para as primeiras fases da vacinação contra a Covid-19

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário) 

Após as primeiras deliberações do governo federal sobre o Plano Nacional de Operacionalização da vacina contra a Covid-19, apresentado na semana passada, a prefeitura de Santa Maria realiza as primeiras estimativas de quantas doses seriam necessárias para a vacinação na cidade. Os números levam em consideração as metas para a campanha da imunização para Influenza deste ano.

Pelo plano, a vacinação para a Covid-19 seria dividida em quatro fases. Na primeira, seriam contemplados profissionais da área saúde, indígenas e pessoas de 75 anos ou mais que estejam em instituições de longa permanência, como asilos. Já a segunda fase seria para idosos entre 60 e 74 anos. Os grupos que constituem a primeira e a segunda fases são justamente os mesmos que são alvo da campanha para Influenza. Com isso, em Santa Maria, seriam necessárias cerca de 55 mil doses para Covid-19 para contemplar as primeiras fases da campanha nacional. Essa estimativa leva em conta, apenas, a primeira dose da vacinação. Com isso, podem ser necessárias até 110 mil doses. Atualmente, a única vacina que é aplicada em em dose única e que está em testes no país é a da Johnson & Johnson.

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Os números que definem as estimativas e metas para cada campanha são definidos pelo governo federal, por meio do Ministério da Saúde, baseado por estimativas do IBGE.

- O Ministério da Saúde ainda não repassou informações relacionadas às metas populacionais. Os números apresentados foram estimados com base nas metas populacionais da vacinação contra influenza e, por isso, podem varias. Mas, como são os mesmos grupos, pegamos esse número para termos uma ideia de quantitativo - afirma Cecília Mariane Pinheiro Pedro, enfermeira da Vigilância Epidemiológica, responsável pelo setor de imunizações da prefeitura.

Contudo, para o início da campanha, é necessária a aprovação de alguma vacina, mesmo que de forma emergencial, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em documento entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal afirma que as primeiras aplicações estão previstas para ocorrer em até cinco dias após a liberação da Anvisa. Ainda de acordo com o documento, a vacinação deve ser concluída no país em até 16 meses: os quatro primeiros para vacinar os grupos prioritários e o restante para a população em geral. Conforme o ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, as primeiras doses devem ser aplicadas em fevereiro.

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Após a conclusão das duas primeiras fases, a previsão do Ministério da Saúde é que sejam imunizadas as pessoas com doenças crônicas que aumentem os riscos de complicação pela Covid-19, como diabetes e hipertensão. Para esses grupos, segundo o governo federal, são previstas cerca de 26 milhões de doses.

Segundo o Ministério da Saúde, doenças crônicas são aquelas relacionadas a causas múltiplas, que têm um início gradual com prognóstico incerto com longa duração ou indefinida. Além de diabéticos e hipertensos, estão incluídas nesse grupo pessoas com câncer, doença pulmonar ou problemas renais.

No entanto, como nenhuma vacina ainda foi aprovada pela Anvisa, o órgão pode realizar contraindicações da substância para determinados grupos de risco.

- Esses grupos são preliminares porque tudo ainda é muito superficial. Isso pode mudar porque a Anvisa pode trazer contraindicações para determinados grupos. É importante deixar isso bem claro. Os grupos ainda são passíveis de alteração - afirma Cecília.

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OS NÚMEROS 

A prefeitura de Santa Maria estima que sejam necessárias cerca de 55 mil doses para imunizar as pessoas que se incluem nas duas primeiras fases da campanha nacional de imunização da Covid-19. Os números são baseados nas metas da vacinação contra a influenza deste ano:

• Área da saúde - Aproximadamente 15 mil trabalhadores
• Indígenas - Aproximadamente 150
• Idosos com mais de 60 anos - Aproximadamente 40 mil
• Total - 55.150 doses

Se necessário, prefeitura afirma que vai adquirir vacinas 

No mesmo dia em que o Ministério da Saúde apresentou o Plano de Imunização, a prefeitura de Santa Maria definiu os primeiros detalhes de como será a vacinação na cidade. Ela será realizada de forma descentralizada, com a aplicação das doses ocorrendo em espaços públicos, como praças, shoppings, pelo sistema drive-thru, além dos postos de saúde.

O método foi o mesmo utilizado na vacinação contra o H1N1 e que, no entendimento da prefeitura, evita aglomerações. Ficou definido que a imunização será realizada em três turnos por dia: manhã, tarde e noite. Para isso, o Executivo estuda se será necessário realizar contratações de profissionais ligados à saúde.

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O prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) garante, ainda, que, caso os governos federal e estadual não repassem a totalidade de vacinas estipuladas em cada fase do plano, a prefeitura irá adquirir quantas doses forem necessárias.

- A prefeitura vai comprar doses, isto está garantido - afirma o prefeito.

Na manhã de segunda-feira, o grupo de trabalho que discute as próximas ações do município em relação à vacina realizou uma reunião, em que ficou definido que equipes da Vigilância em Saúde e da superintendência de Atenção Básica estão mapeando regiões e identificando possíveis locais que tenham estrutura para receber a logística de vacinação contra a Covid-19.

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Uma vez identificadas as regiões e os possíveis locais, serão contatadas instituições de ensino que possam promover apoio de profissionais e de estudantes nessas ações, bem como órgãos de segurança, como o Exército.